sábado, 12 de novembro de 2011

Manifesto por um mundo com sonhos

Quero um mundo onde os compromissos sejam verdadeiros, onde os desejos sejam grandes e nobres. Quero um mundo onde exista honra e coragem. Quero viver num mundo de filme, onde a vida seja tão incrível que o fato de você não saber se estará vivo até o final do dia não importa.

Quero um mundo para salvar, mas um mundo que mereça ser salvo. Um mundo pelo qual valha à pena arriscar a vida. Um mundo pelo qual valha à pena morrer.

Achava que depois de adulta esse meu desejo por entrar nos livros e filmes fosse passar, mas percebi que não. Nem quando minha mente está tão ocupada com outras coisas eu consigo. Eu me apego demais às personagens, mundos e histórias. Desejo dia após dia que fossem verdadeiras tais realidades fantásticas.

E o porquê descobri há pouco; é o fato de que passamos por essa vida sem ação, sem sonhos, sem ter pelo que viver, sem ter pelo que morrer. Personagens são contagiantes, pois têm desejos nobres, expressões encantadoras e até mesmo o mais terrível vilão luta por aquilo que acredita. E nós? Médicos se vendem pela empresa do convênio médico e deixam de lado o verdadeiro sentido da profissão; arquitetos vendem sua capacitação de produzir um ambiente decente para a vida humana acontecer e causam mais desigualdade e conflito; cientistas passam a vida estudando para vender suas descobertas aos ricos ou para produzir destruição.

Na vida real há vilões, como nas histórias, mas são vilões disfarçados de pessoas normais. O bem e o mal não se distinguem na nossa sociedade; os limites estão desfeitos. E como sem o mal não existe o bem, somos agentes que lutam contra nada, agentes que não tem causas para defender. Somos agentes que passam pela vida vazios de significado.

Depois você se pergunta por que se apaixonar por personagens! Ora, eles fazem as coisas certas (mesmo o mais anti-herói dos anti-heróis), eles agem com paixão pelo que buscam. E nós enxergamos isso, senão não nos encantaríamos pelo cinema e pela literatura!

Quem dera poder transcender estes limites. Se eu descobrisse essa possibilidade, com certeza eu passaria para lá e não voltaria mais.

Cabe a nós colocar um pouco de utopia em nossas existências e tentar salvar a nossa realidade, pois ela merece ser salva! Sim aos sonhos, sim ao realismo fantástico. Digam não aos jovens velhos que já saem da escola conformados. Um mundo sem sonhos não é um mundo, pois o mundo é feito de pessoas e pessoas são feitas de sonhos. Se não houver sonhos, portanto não há mundo.

Fim.

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